Opinião da Ne: "Viagem Atribulada" de Beth O'Leary
Viagem Atribulada foi um livro lido em vários grupos simultaneamente. Com a @betabooks e no Wine Not Book Club. Ainda não tinha lido nenhum da autora, mas pelas sinopses decidi que o último é que era bom para ser o primeiro, principalmente por ter lido algumas opiniões negativas dos outros. Assim as expectativas quando peguei neste estavam muito mais baixas e por isso ajudou a gostar mais.
Como foi lido por metas, os meus apontamentos estão um pouco divididos, mas vou tentar resumir ao máximo para não ficar uma opinião muito longa.
Começando pela capa e pela sinopse digo já que enganam bem, pois só prometem metade do que aqui vamos encontrar.Este livro é dividido de várias formas: duplo POV e duplo espaço temporal (agora e dantes). Do inicio ao fim preferi sempre o Passado, mas o presente era sempre o que tinha mais curiosidade e ainda bem que a autora começou por este.
Aqui temos todo um mistério sobre a relação de Addie e Dylan e pouco a pouco vao sendo incluidos outros personagens que além de acrescentarem mais à história, vão contribuindo para as teorias e curiosidade em ler a cena seguinte. Temos também alguns desenvolvimentos românticos, mas de forma pouco descritiva apesar de não diminuir a tensão sexual e química entre os protagonistas - o que gostei bastante. Temos ainda as partes divertidas e foram essas as que acabei por sinalizar mais com os meus post-its e que agora recordo de forma mais nostálgica.
"Ela hipnotizou-me. Sou Ulisses na ilha de Circe, sou o Romeu de Shakespeare, sou... uma ereção permanente."
Adorei Deb, a irmã de Addie (cada vez que lia este nome só me lembrava da Addie La Rue), cuja história me empolgou mas que no fim acabamos por não saber grande coisa.
"- Vamos jogar um jogo - sugere o Marcus. - Estou entediado.
- Só as pessoas entediantes se entediam - atira a Deb.
- Só as pessoas entediantes dizem isso - corrige-a o Marcus."
Na segunda meta (2/4 do livro) é onde conhecemos melhor os personagens, principalmente os seus lados mais negativos. Desde aqui deixei de gostar de Dylan (que visualizei como um Timothée Chalamet) e Marcus e nunca mais mudei a minha opinião, o que não ajudou a opinião geral do livro mas nesta altura ainda estava na fé que ia melhorar. A relação deles é de longe tóxica e a postura cobarde e subserviente de Dylan (detesto o diminutivo Dyl) enervou-me a 100%. Infelizmente este tipo de amizades é o que mais encontramos na vida real - há sempre alguém no grupo, trabalho ou num conjunto de pessoas, que fala o que quer e faz o que quer, mas não aceita críticas de ninguém. O facto de Marcus não pedir desculpa foi só mais uma característica deste personagem para o odiar. Vendo bem, ele foi quem me suscitou mais emoções, pena é que sejam muito negativas.
"A canção muda. We are Never Ever Getting Back Together, da Taylor Swift.
Um lembrete oportuno do universo. Ou do Marcus, que, reparo agora, está aos comandos da playlist do Spotify."
De qualquer forma, Beth O'Leary desenvolveu tudo de forma a notarmos uma evidente evolução dos personagens do agora para o dantes e mantém o mistério de todas as separações.
À semelhança das letras do Daisy Jones and the Six, aqui não li de todo os poemas de Dylan. Até gosto de ler, mas achei-os muito fracos e secantes. Penso que são reflexo deste personagem, infelizmente.
"- Seria perfeito, se algué, mão me tivesse tocado no mamilo.
- Toquei? - pergunta o Marcus. - Que desperdício, nem dei conta."
Por outro lado comecei a gostar imenso de Grace, mas esta não aparece muitas vezes e sinceramente ainda não percebo o papel dela na história. Gostei sim de Deb e Cherry, personagens femininas bem marcantes e dominantes, mas que infelizmente não serviram para protagonistas.
Concluindo, gostei mas não adorei e adivinho que os outros da autora vão ser do género: começos que prometem, mas que depois vão amornando e matando o entusiasmo. Espero estar enganada. Dei quatro estrelas porque adorei a parte humorística e as cenas no carro, tal como o começo da relação de Addie e Dylan.
Addie e Deb estão de malas feitas para uma viagem de carro até à Escócia para assistirem ao casamento de uma amiga. A playlist está a postos e as guloseimas estão preparadas, e até Rodney, um outro convidado da boda a quem vão dar boleia, se encontra devidamente instalado no banco de trás. O longo percurso promete ser uma oportunidade para as duas irmãs passarem umas belas horas de convívio.
Contudo, pouco tempo depois da partida, um outro carro embate na traseira do delas. Tudo não passaria de um pequeno contratempo, se o condutor da outra viatura não fosse Dylan, o ex-namorado de Addie, que ela anda a evitar desde a separação traumática do casal dois anos antes.
Dylan e Marcus, o seu melhor amigo, também vão a caminho do casamento, mas, agora que os dois ficaram com o carro inoperacional, Addie vê-se obrigada a oferecer-lhes boleia. E é assim que, de um momento para o outro, o Mini se enche de bagagem e segredos. Nos quase 650 quilómetros que têm pela frente, Addie e Dylan serão obrigados a confrontar-se com a atribulada história da sua relação e com todas as memórias de um passado com muitos problemas por resolver.
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