Oh minha santa! Este livro tinha tudo de bom para ser um livro inesquecível, mas porque é que o tinham que estragar?
Primeiro que tudo quero dizer que adoro a capa (o que já sabiam se acompanhassem a minha rubrica no outro blog). E adoro tanto ou mais a da sequela.
Mas falando do livro:
O problema aqui foi mesmo J.A. Redmerski ter descrito Andrew e Cam como dois adolescentes, os quais eles não são. A autora deu-me uma imagem meia inocente e aventureira e depois estragou tudo quando eles se envolveram pela primeira vez.
Eu já estava a estranhar pelo comportamento de Natalie, mas apenas achava que esta personagem era daquelas adolescentes com desejos precoces de sexo e outras coisas. Nunca pensei foi que Camryn o fosse também.
Os primeiros POV's estão muito mal feitos, mas mais para a frente a autora vai aperfeiçoando até que já não me apercebia da mudança. De qualquer forma, continua a defender a minha opinião de que definitivamente esta mudança de narrador não é a onda desta autora. Este facto comprova-se na última parte, quando descobrimos "aquilo" de Andrew. Supostamente, deveriamos ficar a saber quando eles chegam ao Texas, mas em vez disso, a autora omite-nos essa informação e aí perdeu-se mais uma das vantagens de se trocar de narrador, que é levantar mais o véu ao leitor sobre a personagem respectiva.
Os primeiros capítulos a cerca da viagem também me pareceram algo monótonos, porque a história não passava deles os dois no autocarro e... e pronto, mais nada. Ainda houve a cena em que Andrew a protege, mas lá voltam eles aos bancos do autocarro. Sim, eu sei que esta parte foi tão importante como os primeiros capítulos em que conhecemos a vida actual de Camryn, mas pareceu-me demasiado linear. Sem nenhum acontecimento significativo - ao contrário do que aconteceu no final, que foram umas quantas cenas marcantes de repente.
Outra razão para a minha baixa classificação desta obra é talvez culpa minha. Preferi lê-lo em brasileiro em vez de esperar pelo português ou até lê-lo em inglês. Por isso, certas expressões soaram-me demasiado desenquadradas na imagem que tinha destes dois personagens.
Uma questão que me levantou certas dúvidas foi a parte do dinheiro. Dois jovens que nunca trabalharam andam assim pela estrada, em moteis e hoteis, com que financiamento? No final, lá percebemos que que ambos têm ou tinham pais ricos e uma conta quase ilimitada - pois está bem...
Por falar em final, adorei-o. Foi ele que me convenceu a dar duas e não uma estrela. Não me crucifiquem, mas volto a salientar que a culpa foi da autora dos caracterizar de forma tão adolescente! Além de tornar as personagem meio-prostitutas... Fora esta vertente mais erótica que destoou completamente do resto da vertente romântica e young-adult, esta obra é muito boa e emocionante, mas não me chegou a convencer.
Para finalizar, tenho que dizer que a autora quase que me enganava na cena do "Parrish", no último ou penúltimo capítulo. Eu já sabia que não era o Andrew porque já sabia que iria haver uma sequência e que este menino está representado na capa. E muito bem.
Essa situação de Andrew também me apanhou um pouco de surpresa e talvez tenha sido aí que as minhas emoções se revelaram um pouco mais, por causa da sua desistência que afinal não aconteceu por causa de Cam. O último anuncio desta e a cena da tatuagem também foram pontos positivos, principalmente porque finalmente os pude imaginar e retratar com a idade verdadeira e não com menos 10 ou 8 anos.
Talvez um dia a releia em português. Talvez quando sair o "Entre Agora e o Sempre" (digo eu que se vai entitular assim). Talvez...
Título Original - The Edge of Never
Edição - Maio 2013
ISBN - 9788581051406
