Opinião da Ne: "A Paciente Silenciosa" de Alex Michaelides
Curiosamente dei-me conta que já há muito tempo que não lia nada de um escritor masculino. Habitualmente e inconscientemente leio apenas livros de autoras, mas Alex Michaelides, graças à leitura conjunta no Clube Mais que Ler (a última), fez a diferença nas minhas leituras de 2021.
No início estranhei um pouco o narrador. Penso que aquela introdução toda teve um pouco de texto a mais, apesar de se ter centrado em Alice - a protagonista.
Acabei por achar todos os personagens com o seu quê de leitura, o que condiz com a temática e ambiente/cenário, mas no final conclui que é apenas a representação da vida e de pessoas normais.
A escrita é fluída e começamos a leitura pensando que será tudo sobre Alice e o que aconteceu, mas afinal A Paciente Silenciosa é sobre Theo, a sua vida, o seu trabalho, os seus amores e os seus não amores. Como é o narrador, acabei por não me aproximar muito e criar empatia já que ele relata tudo muito rápido, o que é óptimo para contrabalançar e "vermos" a história.
Em relação a teorias, desde a sinopse que imaginamos vários vilões, vários fechos e conclusões. No meu caso comecei pela mais óbvia: que a Alice não matou o marido, mas também não foi suicídio assistido.
A meio da leitura mudei se opinião e percebi que já não sabia nada. O normal! O que me chateia neste género de livros é que por muita razão que tenha nas teorias, nunca a vou ter já que os autores acrescentam imensa coisa ao longo do livro, seja personagens seja acontecimentos. Não me venham cá com pistas! De qualquer forma continuei a gostar de Theo e gostei bastante de conhecer a sua profissão e no que consiste.
A cerca de 74% comecei a achar que Alice era mesmo louca, por várias razões que não posso dizer aqui por causa dos spoilers. Continuei a criar teorias e a ficar cada vez mais curiosa com o final. E, de facto, o final não me desiludiu mas também não me entusiasmou de forma a dar-lhe mais que três estrelas.
De qualquer forma, tem cenas muito boas e é um livro que nos agarra a ler. Recomendo a quem gosta do género.
Alice Berenson é uma pintora britânica, jovem e famosa, que vive numa casa sublime nos arredores de Londres com o marido, Gabriel, um conhecido fotógrafo de moda. A vida de ambos parece perfeita. Mas uma noite, quando ele chega a casa depois de uma sessão fotográfica, Alicia mata-o com cinco tiros. E nunca mais diz uma palavra.
A recusa de Alicia em falar e dar qualquer tipo de explicação sobre a tragédia, transforma-se num mistério que prende a imaginação da opinião pública, e confere a Alicia uma notoriedade sem precedentes. O preço dos seus trabalhos artísticos dispara e ela, a paciente silenciosa, é alvo de um mediatismo implacável. Para evitar isso, é conduzida para uma unidade forense de alta segurança no norte de Londres.
Theo Faber, um psicoterapeuta criminal, espera há muito pela oportunidade de trabalhar com Alicia. A sua determinação em convencê-la a falar e a desvendar as razões misteriosas que motivaram o assassínio do marido leva-o por um caminho tortuoso, numa busca pela verdade que ameaça consumi-lo...
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