Opinião da Ne: "Corte de Espinhos e Rosas" de Sarah J. Maas
- Cuidado contém spoilers -
Não sei em que mundo vivia porque só até há pouco tempo é que conheci esta saga. A famosa ACOTAR. Eu lia ACOTAR para aqui, ACOTAR para ali, e só pensava, mas que raio é o ACOTAR! Mesmo tendo lido alguns livros da outra saga da autora não me lembro desta saga me ter chamado a atenção, mas de facto as capas inglesas não me eram estranhas.
Só quando fui para o clube de leitura Mais Que Ler e conheci um grupo de meninas que me desencaminharam, acabando todas numa "sala" chamada ACOTAR-rápido! A minha experiência numa leitura conjunta deste género foi muito positiva e muito engraçada porque elas foram uma comédia. E delas falo da Lia, da Catzz e da Rute. Mas não estou aqui para falar desta experiência mas sim falar do livro, apesar de que esta análise em grupo mostra-nos que mesmo a nossa imaginação é limitada.
Em volta desta saga de Sarah J. Maas há todo um mundo de fanart e fãs viciados quais beatas na missa. Pois eu no meio desta expectativa pensei vir a ser uma delas, mas pelo menos no fim deste primeiro volume posso dizer que não o sou. Gostei, foi giro, mas não me conquistou. Culpo claro as enormes expectativas que tinha. Quando é assim já sei que a coisa não vai dar certo. Além disso, a fanart que me aparece no Instagram não ajuda, porque dá-me spoiler a torto e a direito e apesar de ser daquelas que costuma gostar, neste caso estragou-me algum entusiasmo. A leitura conjunta sendo por capítulos e tendo que parar diariamente também pode ter contribuído um pouco, principalmente porque fui lendo outros no meio, como O Atrevido de Vi Keeland e Verity de Colleen Hoover. Escolhi géneros diferentes, mas a linha de pensamento é interrompida e não resultou a 100%.
Voltando então à Corte de Espinhos e Rosas. Temos aqui umas quantas ilhas divididas entre feéricos e humanos. Como sempre os humanos são a ralé por não terem poderes, mas os feéricos também não andam muito saudáveis. Mas nós, leitores, vamos sabendo muito pouco ao longo do livro, ao mesmo tempo que Feyre, a personagem feminina principal que também é humana. A primeira cena é quando ela vai à caça para arranjar comer para a família faminta. A cena do arco e flecha deu-me um déjà vú da Katniss dos Jogos da Fome. Humanas pobres também. Depois ao longo da história vemos ali um pozinho de influência da Disney, nomeadamente da Bela e do Monstro, principalmente porque o Tamlin transformado é tal e qual, e destransformado... é tal e qual também. E a Feyre vem para quebrar uma maldição curiosamente com quê? Com o seu amor! Que coincidência.
Ok, estou a ser mazinha, mas uma pessoa vai pegar numa saga de fantasia que toda a gente adora e ama, mas começa a ler e só tem estes pensamentos envenenados.
Mas vamos então às passagens boas. Porque no final de tudo eu adoro esta autora. Ninguém lhe tira o mérito dela descrever tão bem mundos, fantasia, homens sexys e cenas de acção. Tinha acabado de ler a saga da Rainha Vermelha de Victoria Aveyard quando comecei este (ainda nem escrevi a opinião desses, já agora), onde tinha descrições de quilómetros que não interessavam a ninguém. Também aí tínhamos magia, poderes, fantasia. Mas infelizmente não consegui fazer uma transição muito boa entre sagas. O que notei de melhor foi mesmo essa questão das descrições em medida q.b., em personagens femininas fortes e independentes, em personagens masculinos mais maduros.
Gostei das cenas de sexo. Nada de espectacular, mas apimentou o capítulo. Estou à espera de mais festas daquelas feéricas, que confio que vão ser memoráveis. Além disso, neste primeiro livro, inseriram o personagem Rhys que vai ser muito importante na segunda metade do livro e nos restantes volumes da saga. Aqui está o spoiler que menos gostei derivado da fanart que vi, porque o objectivo da autora é apaixonarmo-nos por Tamlin, envolvermo-nos na história dele e de Feyre, e depois quando este personagem surge encará-lo como vilão e não como futuro herói. Resultado, desde o início não consegui ter empatia com Tamlin. Achei-o fofo mas isso acho até o Lucien.
No inicio, ainda na terra humana, temos o parceiro de sexo de Feyre. Achei que uma relação sem amor, só de sexo, numa rapariga tão nova não fez muito sentido na história. Para quê inserir aquele personagem? E essa parte da história? Só para não ter uma virgem quando ela se envolvesse com o Tamlin?
Temos a vilã, Amarantha, que só surge na boca dos personagens e apenas tem presença mais no fim. Tememo-la tanto, para no final ser só uma personagem aziada por causa de umas cenas do Passado e que tem uma personalidade de um gato a brincar com ratos. Achei que podiam ter havidos capítulos com outros POVs no meio da corte que nos fizessem conhecer melhor esta personagem, mas em vez disso Sarah J. Maas colocou uma "empregada" a dar informação grátis a Feyre, e assim inseriu as explicações que faltavam para a história avançar. Não fiquei fã de Alis, nem com a sua história pessoal. No inicio vi-a como uma governante protectora de Feyre (humana sozinha num mundo cheio de perigos), mas depois apenas se transformou numa personagem mensageira.
Gostei de Lucien, não gostei das irmãs nem do pai. Estes últimos voltaram a lembrar-me histórias da Disney, como a Cinderella. Mas vou dar hipótese porque suspeito que pelo menos Nestha vai ter um papel importante. Gostei dela na cena em que manda a irmã de volta. Mostrou que afinal tem coração negro, mas cérebro bem brilhante. Veremos.
Agora que escrevi esta opinião nem quatro estrelas me apetece dar. Mas depois lembro-me do capítulo 44 e afinal quero voltar a dar pontuação melhor. Foi o meu capítulo preferido. Esta cena começou de forma menos boa, mas depois melhorou em termos de acção. Vou encarar este primeiro livro como uma entrada para uma refeição que espero que melhore. Mais uma vez há muitas expectativas para o segundo que dizem que ainda é melhor e tem um famoso capítulo.
Desculpem pelo testamento. Até à próxima opinião!
Depois de anos sendo escravizados pelas fadas, os humanos conseguiram se libertar e coexistem com os seres místicos. Cerca de cinco séculos após a guerra que definiu o futuro das espécies, Feyre, filha de um casal de mercadores, é forçada a se tornar uma caçadora para ajudar a família. Após matar uma fada zoomórfica transformada em lobo, uma criatura bestial surge exigindo uma reparação. Arrastada para uma terra mágica e traiçoeira — que ela só conhecia através de lendas —, a jovem descobre que seu captor não é um animal, mas Tamlin, senhor da Corte Feérica da Primavera. À medida que ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, seus sentimentos por Tamlin passam da mais pura hostilidade até uma paixão avassaladora. Enquanto isso, uma sinistra e antiga sombra avança sobre o mundo das fadas e Feyre deve provar seu amor para detê-la... ou Tamlin e seu povo estarão condenados.
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