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Compilações: ''Vox''e 'The Poet X''

fevereiro 17, 2019 Mafi 0 Comments


Porque decidi juntar estes dois livros tão diferentes num só post? Não é por ambos o títulos acabarem em ''X'' mas sim porque as palavras são uma presença essencial tanto num como noutro. 


''Vox'' tem sido dos livros mais bem falados dos últimos tempos e não é por menos. Tem uma premissa interessante, um título apelativo (que ainda bem que não foi traduzido) e uma capa que chama a atenção com cores garridas que se contrastam entre si.
A temática é futurista mas podia ser actual. Aqui estamos numa América onde as mulheres só podem falar 100 palavras por dia, depois de um grupo de fanáticos religiosos ter conseguido cegar toda a gente com o seu discurso e ideologia religiosa. Um novo presidente foi eleito, novas leis foram decretadas e as mulheres para além de não poderem trabalhar, foram reduzidas a uma centena de palavras diárias. 
A nossa protagonista é Jean que sempre foi avisada por colegas e amigas que algo de mal ia acontecer mas na altura não quis saber e agora arrepende-se do que não conseguiu mudar na altura. Por isso quando tem a hipótese de trabalhar para o Governo e poder mudar alguma coisa (nem que seja na sua família), Jean decide agarrar a oportunidade que lhe foi dada.
O início do livro é brutal e prendeu-me logo. À medida que a narrativa foi avançando, o livro tornou-se menos uma distopia e mais um romance. Não esperava tanto foco na vida amorosa da protagonista e confesso que também não sou muito dada a assuntos de ciências e laboratórios (sou mais letras eheh) portanto houve umas partes que não me puxaram muito a minha atenção.
Gostei dos assuntos que o livro aborda e das várias mensagens que passa e nos fazem reflectir mas acho que o livro perdeu algum potencial que tinha e a autora perdeu-se um pouco com o rumo da história. Esperava que a Jean fosse mais revolucionária mas foi uma protagonista mais contida, embora tenha conseguido com sucesso mudar as coisas. Mesmo assim esperava algo mais explosivo e bombástico e não um final tão morno. 
Acho que a grande mensagem é que quando pensamos que algo não pode acontecer porque é impossível de acontecer por ser tão abusurdo e ilógico e que ninguém irá seguir essa linha de pensamento, é precisamente quando há mais probabilidades de algo acontecer. 
Gostei é um livro que aconselho mas podia ser melhor. 

Estados Unidos da América. Um país orgulhoso de ser a pátria da liberdade e que faz disso bandeira. É por isso que tantas mulheres, como a Dra. Jean McClellan, nunca acreditaram que essas liberdades lhes pudessem ser retiradas. Nem as palavras dos políticos nem os avisos dos críticos as preparavam para isso. Pensavam: «Não. Isso aqui não pode acontecer.»
Mas aconteceu. Os americanos foram às urnas e escolheram um demagogo. Um homem que, à frente do governo, decretou que as mulheres não podem dizer mais do que 100 palavras por dia. Até as crianças. Até a filha de Jean, Sonia. Cada palavra a mais é recompensada com um choque elétrico, cortesia de uma pulseira obrigatória.
E isto é apenas o início.


''The Poet X'' foi um livro que peguei por acaso em ebook e que foi uma autêntica surpresa. Gosto imenso da capa e tem tudo a ver com a nossa protagonista: Xiomara. Uma adolescente com descendência dominicana que vive nos Estados Unidos mas que não se sente de todo integrada. Ela é diferente das colegas, há muito tempo que o seu corpo ganhou formas, mas ela não consegue lidar com a sua sexualidade numa casa extremamente religiosa, sob o olhar da mãe. Xiomara cresceu a ser calada porque falava alto demais, porque dizia aquilo que não era suposto dizer. Agora em adolescente vive contrariada consigo mesma e tenta descobrir a sua identidade através da poesia. 
The Poet XO livro é todo escrito em formato de verso, algo muito diferente do que estou habituada a ler. Para além de proporcionar uma leitura rápida e muito fluída, foi um livro muito interessante de acompanhar. 
Gostei imenso da Xiomara e acredito que este livro seja importante para muitas raparigas de descendência latina que vivem com machismo diariamente. Não digo quem em outras culturas não aconteça, mas aqui é bem presente que a cultura dominicana é muito de machismo e objectificação das mulheres e de na própria família, rapazes e raparigas são tratados de maneira diferente. As raparigas são ensinadas a limpar e a tratar da casa, enquanto que os rapazes são mais protegidos pelas mães. 
Outro aspecto importante do livro é a importância dada à religião, neste caso à religião católica, onde é obrigatório a presença semanal na missa e uma boa relação com os padres da igreja. 
Gostei muito da evolução da Xiomara, eu nem sou muito fã de poesia mas adorei como a autora conseguiu misturar os poemas que a Xiomara escrevia com a sua história pessoal. Não são poemas para serem declamados como numa peça de teatro. São poemas para serem lidas em voz alta por todos. Poemas de palavras sentidas, de frases curtas, de temas tabu. O espectacular do livro é que autora consegue falar de tudo de maneira fluída mas não parece que toca ao de leve nos assuntos. Vai mesmo a fundo e faz o leitor pensar em vários temas. Gostei e recomendo e é uma leitura muito fácil para quem não está habituado a ler em inglês.

A young girl in Harlem discovers slam poetry as a way to understand her mother’s religion and her own relationship to the world. Debut novel of renowned slam poet Elizabeth Acevedo.
Xiomara Batista feels unheard and unable to hide in her Harlem neighborhood. Ever since her body grew into curves, she has learned to let her fists and her fierceness do the talking.
But Xiomara has plenty she wants to say, and she pours all her frustration and passion onto the pages of a leather notebook, reciting the words to herself like prayers—especially after she catches feelings for a boy in her bio class named Aman, who her family can never know about. With Mami’s determination to force her daughter to obey the laws of the church, Xiomara understands that her thoughts are best kept to herself.
So when she is invited to join her school’s slam poetry club, she doesn’t know how she could ever attend without her mami finding out, much less speak her words out loud. But still, she can’t stop thinking about performing her poems.
Because in the face of a world that may not want to hear her, Xiomara refuses to be silent.

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