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Opinião Contemporânea: "Disgrace" de Brittainy C. Cherry

abril 10, 2019 Inês Santos 0 Comments


Brittainy C. Cherry se não nos mata do coração com estas capas, mata-nos com as histórias.
Para quem não conhece e olha para estas imagens pode pensar erroneamente que no seu interior tem um romance cheio de peripécias e divertido. Pois enganem-se! Completamente ao contrário! Em vez de nos fazer rir, faz-nos chorar de uma ponta a outra de tristeza e de emoção. Não deixa de ser um romance, mas tal como os outros, é sempre uma história sofrida, mas que faz valer a pena cada página.
A história de Jackson e Gracelyn não foge à regra e logo nas primeiras páginas comecei a sentir lágrimas a escorrer-me pela cara. Nem me apercebi do que estava a começar tão embrenhada estava na história. Ai Gracelyn! Coitada! Literalmente e fortemente.
Disgrace assemelhou-se um pouco ao Sweet Home Alabama (filme de 2002) em que a protagonista volta a casa passado imenso tempo, com muita bagagem, tanto física como psicológica, e sempre a fugir da realidade citadina.
Mas aqui ela volta ainda bem casada e agarrada ao casamento que rapidamente se transforma num inferno ainda maior do que ela pensava. E foi aqui que começaram as lágrimas, com todas as descobertas que Brittainy C. Cherry nos despeja em cima! E ela não fica por aí, qual sádica qual George R.R. Martin que mata as personagens todas, e por isso vai continuar com revelações, levantando o véu que cobre o passado e o presente de Gracelyn. Prova mais uma vez que os seus romances não são só histórias tristes, com imenso drama, que anulam o romance. As temáticas que ela aborda através da vida dos personagens são sempre peças importantes para os vermos mais completos e reais, e que, apesar destes sentimentos e experiências servirem de obstáculos para o final feliz, vão obrigar a que todas as peças do puzzle se encaixem de forma harmoniosa apesar de tudo, e acabar a história de forma gloriosa!
Temos presente temáticas como a realidade dos casamentos, no que eles se transformam; adultério, como é uma tentação que as pessoas nem se esforçam em lutar contra e conseguem viver anos com esse peso que entretanto desaparece, como essa tentação só não é vencida quando o amor não é verdadeiro; a morte do bebé e da sua mãe, os buracos, mesmo pequenos, que deixam num coração ou numa alma e que nunca são preenchidos ou esquecidos; a maneira como homem e mulher lidam com essa perda; a responsabilidade parental de um filho; o preconceito e o orgulho (sim, este poderia ser quase um remake da obra de Jane Austen); como as almas gémeas vencem qualquer e quantos obstáculos se lhes surge, mesmo quando os opostos tentam não se atrair. E não vou enumerar mais se não daqui a pouco ponho a história toda por pontos, apesar de nenhuma lista substituir a leitura desta obra desta artista que eu tanto adoro e venero.
Mais uma história lindíssima que recomendo e fico feliz em ter lido.
Se têm tensão alta ou corações fracos, esta história não é para vocês!

Todos os dias eu rezava para que o meu marido me amasse novamente.
Depois de quinze anos juntos, afastou-se de mim e nos braços de outra.
Não sabia como lidar. Não sabia o meu valor. Não sabia como existir sem ele ao meu lado.
Tudo que eu queria era que ele voltasse para mim.
Então, Jackson Emery apareceu.
Deveria ser uma distracção para minha mente. Uma aventura de verão. Um impulso de confiança para o meu coração magoado.
Nós éramos perfeitos um para o outro, porque nós dois sabíamos que não duraria. Jackson não acreditava em compromisso e eu não acreditava mais em amor. Ele era muito fechado e eu estava muito danificada.
Tudo estava bem, até que uma noite o meu coração pulou uma batida.
Não esperava que ele me fizesse rir. Para me fazer pensar. Para fazer a minha tristeza desaparecer um pouco.
Quando o nosso tempo acabou, o meu coração não sabia como ir embora.
Todos os dias rezava para que o meu marido me amasse novamente, mas lentamente as minhas orações começaram a mudar para o homem que não era certo para mim.
Eu rezei por mais um sorriso, mais um beijo, mais uma risada, mais um toque ...
Eu rezei para ele ser meu.
Mesmo sabendo que seu coração não estava destinado a amar.

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