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Opinião Suspense: ''O Homem de Giz'' de C.J. Tudor

janeiro 19, 2018 Mafi 0 Comments




Embora seja um livro recente (foi lançado há dias pelas Editorial Planeta), parece já ser o primeiro fenómeno deste ano e o primeiro favorito de 2018 para muitos leitores. Depois da Ne ter lido (opinião dela aqui), chegou a minha vez de tecer alguns comentários sobre a obra de C.J. Tudor. 

Com tantos comentários positivos, ia com enormes expectativas e não é que não tenha gostado mas digo já que a minha pontuação são 4 estrelas sólidas, nem perto de um 4,5 e muito menos de um 5. 
Acho que tudo deveu-se ao meu ritmo com este livro. Logo no primeiro dia li mais de 100 páginas e estava bastante embalada na história. O problema foram os dias seguintes, onde o tempo de leitura foi pouco e perdi o embalo do 1º dia. O encanto das primeiras páginas murchou um pouco mas mesmo assim a leitura prosseguiu com afinco e gosto.

37416796Vi em algumas opiniões de pessoas mais velhas que a acção passada em 1986 fez recordar os tempos de infância. Não sou dessa época e portanto não senti essas recordações mas posso dizer que das duas linhas temporais, gostei mais da acção de 1986 do que a de 2016. Mesmo assim a autora consegue ligar os dois anos muito bem, especialmente na parte da caracterização das personagens. Edward, o nosso protagonista, foi a minha personagem favorita pelo simples facto de aparentar ser normal mas na verdade não o ser,  Gostei que esse lado mais sombrio e mais psicológico do protagonista fosse mostrado logo em criança, como por exemplo nos pequenos furtos que ia cometendo. Já em adulto, vemos que os pensamentos, visões e até alucinações tornaram-no dependente da bebida para afastar maus momentos. Talvez por também ser alcóolico, Ed fez-me lembrar imenso a Rachel de ''A Rapariga do Comboio'' da Paula Hawkins. Ambos com problemas de bebida e meio ''marados'' da cabeça.  Outra personagem que para mim impactou o rumo de toda a história foi Sean Cooper e neste caso a autora não poupou em detalhes nas cenas mais fortes do livro, que envolvem Sean. O restante grupo de rapazes tem o seu peso e protagonismo ao longo do livro e no final concluímos que são mais importantes do que parecem. 

As figuras femininas também tem o seu destaque mas admito que esperava mais tanto de Nicky como de Chloé, ambas personagens com potencial mas que no final, acabaram por servir mais como um meio para um fim. Aqui realmente todo o destaque é dado aos Homens...neste caso a um homem em particular ''O Homem de Giz'' que gosta de brincar com desenhos que nos remetem para o (outrora popular) jogo da forca. (Acho que hoje em dia as crianças já não jogam isso!) 
Gosto sempre de quando o epílogo responde a perguntas já iniciadas no prólogo e temos aqui o exemplo perfeito. O final acaba por ser em dupla dose mas confesso que embora só tenha 320 páginas, lá para fim achei que o livro já estava a arrastar-se. 

Contudo, gostei muito desta primeira obra de C.J. Tudor e sendo que 2018 promete muito em termos de thrillers, tem ''O Homem de Giz'' um bom pontapé de saída. 

Por fim (mesmo fim), a tradução do livro está impecável mas tendo visto estes apontamentos noutra review, há-de salientar que a tradução literal de algumas expressões não foi feita da melhor maneira. Tirando isso, o livro não apresenta qualquer erro ortográfico ou de construção frásica. 



O livro de estreia de C. J. Tudor é um thriller com uma atmosfera densa e viciante que se passa em dois registos, em 1986 e nos nossos dias.
A história começa em 1986 e, após um hiato de trinta anos, o passado surge para transformar a vida de Eddie.
As influências de Stephen King e o toque de Irvin Welsh, conferem ao livro não só um tipo de narrativa diferente como um suspense ao limite.
O que contribui para que a história tenha um desfecho muito real e chocante.
O Homem de Giz conta-nos a história de um grupo de crianças, não poupando nos pormenores sociais onde estão inseridas e em como as influências de famílias disfuncionais contribuem para exacerbar o imaginário infantil.
A história começa quando aos doze anos Eddie e os amigos tiveram contacto com o misterioso Homem de Giz. Uma personagem central na trama e Eddie será assombrado por ela.
As estranhas figuras de giz conduzem Eddie e os amigos a um cadáver de uma rapariga pouco mais velha que eles e esta descoberta irá marcámos para sempre. Tudo aconteceu há trinta anos, e Eddie convenceu-se de que o passado tinha ficado para trás. Até ao dia em que recebeu uma carta que continha apenas duas coisas: um pedaço de giz e o desenho de uma figura em traços rígidos.
À medida que a história se vai repetindo, Eddie vai percebendo que o jogo nunca terminou. 


 

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