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Opinião da Ne: "Vozes de Chernobyl" de Svetlana Alexievich

abril 13, 2021 Inês Santos 1 Comments

 

Escrever a opinião deste livro foi tão difícil como o ler, ou tentar ler. Não o acabei e não fui além das 72 páginas. Também não sei se um dia lhe vou pegar novamente e retomar ou recomeçar.

Aqui o que temos que pensar é: quando lemos um livro o que é que interessa? O que queremos classificar quando o lemos ou terminamos? A história de Chernobyl não é uma ficção, não foi uma história inventada, é algo real. As pessoas que a autora entrevistou também não são fictícias, são reais. Portanto, este livro é o quê? São entrevistas que gravou e copiou para aqui. Não digo que não tenha dado trabalho, mas estou aqui para classificar um livro, um trabalho de uma pessoa, não para classificar a história de Chernobyl. Se fosse assim daria cinco estrelas claro, porque esta história mexe tanto comigo do que a das torres gémeas.

O problema (não sei se é a palavra certa) é que comprei este livro antes de ver a série de TV Chernobyl e só li o livro depois. Se calhar devia ter lido antes, mas ainda estava com a ressaca de outro sobre Auschwitz. A questão é que a série está tão boa tão boa, que quando peguei neste livro pensei que ele acrescentasse alguma coisa ou contasse algo diferente, mas apenas encontrei entrevistas enormes de pessoas que aparecem na série. Portanto, a maneira como a escritora quer contar a história não foi de todo do meu agrado, nem sequer enquadrou as entrevistas. Nem as tratou de maneira a concentrar o que interessava, dando lhe um toque pessoal.

Não passei da página 72 e se calhar estou a ser injusta. Mas destas 72 posso dizer que não gostei, as últimas 10 custaram me a ler e desisti por completo. Ainda deixei este livro na pasta dos "a ler" do Goodreads à espera que o "amuo" passasse, mas não passou e por isso dei por terminado.

A 26 de abril de 1986, Chernobyl foi palco do pior desastre nuclear de sempre. As autoridades soviéticas esconderam a gravidade dos factos da população e da comunidade internacional, e tentaram controlar os danos enviando milhares de homens mal equipados e impreparados para o vórtice radioativo em que se transformara a região. O acidente acabou por contaminar quase três quartos da Europa.

Numa prosa pungente e desarmante, Svetlana Alexievich dá voz a centenas de pessoas que viveram a tragédia: desde cidadãos comuns, bombeiros e médicos, que sentiram na pele as violentas consequências do desastre, até as forças do regime soviético que tentaram esconder o ocorrido. Os testemunhos, resultantes de mais de 500 entrevistas realizadas pela autora, são apresentados através de monólogos tecidos entre si com notável sensibilidade, apesar da disparidade e dos fortes contrastes que separam estas vozes.


1 comentário:

  1. Eu também li um livro desta autora, O Fim do Homem Soviético, e o registo é precisamente o mesmo. Este método das entrevistas não é dos mais interessantes, mas se houvesse um contexto e uma cronologia poderia tornar a leitura muito mais agradável.

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