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Opinião Histórica: "A Rainha das Duas Sicílias" de Nancy Goldstone

agosto 28, 2013 Inês Santos 0 Comments


Joana I, rainha de Nápoles, teve uma vida perfeita para um romance histórico. Desde o drama, às traições, aos segredos, às pressões, aos amores, etc. Em modo de exemplos conto que ela teve quatro maridos, muitos abortos, muitas quezílias. Por isso, posso concluir que Nancy Goldstone soube escolher bem a personagem principal, mas.... não aproveitou nada!
Esta obra é semelhante a um trabalho de história sobre a rainha, mas não tem nada a ver com um romance histórico. Aliás, ainda mal me tinha reposto do "documentário" Princesas Incas deparo-me com outro.
O pior de tudo penso que foi a ausência dos diálogos e de descrições. estas últimas, se contarmos, são apresentadas em formas de citações de escritores da época, mas que na minha opinião falham redondamente.
Os diálogos, então, são mesmo inexistentes.
Isto torna tudo muito longo e pesado, em que a história é contada de forma linear e sem qualquer cor ou interesse. A escritora relata e insiste nas datas, o que poderia nos ajudar a seguir o curso da história, mas como ela mistura-as entre elas e com o resto da acção acabamos por ficar baralhados e ter que voltar atrás para perceber onde estamos. A certo ponto acabei por só ler o dia e o mês.
Este ponto é muito negativo, porque tudo é contado na terceira pessoa e há muita alteração e troca de personagens e locais.
Se estão a espera de encontrar algo do género de Philippa Gregory estão muito enganados.
Se estão à procura de fontes para um trabalho escolar sobre o século XV-XVI então este é um livro bom para a bibliografia.
Frases Preferidas:
"Quando existe a menor familiaridade de qualquer espécie com um homem, a desgraça facilmente macula a mais honrada das mulheres." página 134
""Se eu fosse vós, Giotto", comentou num dia de Verão, "parava de pintar, agora que está tanto calor." "E eu também, Senhor", replicou o pintor, "se fosse vós."" página 263
"(...) Dante perguntara uma vez ao pintor, à laia de brincadeira, como "é que os vossos filhos eram tão feios quando as vossas pinturas eram belas". Sem perder tempo a pensar, Giotto respondeu que "pintava à luz do dia, mas procriava na escuridão"". página 263

Em 1348, aos vinte e dois anos, Joana I, rainha de Nápoles, foi apresentada em julgamento ao Papa, acusada do homicídio do primo e marido, o príncipe húngaro André. Defendeu-se em latim e foi absolvida transformando-se então na única mulher monarca do seu tempo a governar em nome próprio. Presidiu durante mais de trinta anos a uma das cortes europeias mais prestigiadas e influentes, até ser ela própria assassinada. Pela primeira vez, Nancy Goldstone conta a história de uma das mais corajosas e influentes mulheres da história, pintando um retrato cativante da realeza medieval em toda a sua esplêndida complexidade. Joana I foi uma rainha medieval obrigada a lidar com intrigas políticas no seio da própria família e do estado em tenra idade. Apesar da sua atenção para com os pormenores históricos, esta biografia lê-se compulsivamente.


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Título Original - The Lady Queen
Edição - Setembro 2011
ISBN -
9789722523431




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