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Opinião Histórica: "Verão em Edenbrooke" e "Amor em Blackmoore" de Julianne Donaldson

setembro 19, 2018 Inês Santos 0 Comments


Curioso como a capa de um livro nos pode enganar e a fazer coisas que nos arrependemos.
Eu sou daquelas que olha e escolhe o livro pela capa. Só depois é que leio a sinopse e muitas vezes nem isso. Já me arrependi de ler alguns e já me arrepender de não ler outros mais cedo. Neste caso foi um duplo arrependimento - emprestaram-me o primeiro livro, não o li, devolvi-o e depois tive que o comprar para o ler. E agora que li os dois fico ainda mais chateada porque não há mais e estes dois não me chegam.

Nos dois livros temos protagonistas muito semelhantes, com a protagonista feminina a ser a mártir, sofrendo imenso, fazendo-nos sofrer imenso por empatia. O masculino também com coração de ouro, apaixona-se por ela desde o inicio do livro, enquanto ela só se apercebe que o ama no meio ou mesmo quase no final do livro.

Em ambos os livros ele prova derradeiramente o amor que sente por ela, enquanto que ela, forçada ou voluntariamente, é retirada de cena temporariamente.

Ambas são corajosas, altruístas, aventureiras.

Existem sempre muitos irmãos à mistura, tal como muitas mortes e vilãs.

Existem também muitos pretendentes, todos muito bonitos ou muito feios, nunca existindo um meio termo. Existem também muitos animais.

Em Amor em Blackmoore encontramos uma história semelhante à gata borralheira, sem ser a parte do borralheira, literalmente. Existem também sempre muitos segredos que nos são revelados a muito custo.

As paisagens são muito diferentes, mas todas com grande beleza natural. No segundo livro então a descrição é feita de forma bastante exaustiva, mas sem ser cansativa, dando imensa vontade de ir lá e olhar na mesma direcção.

Encontramos também melhores amigas que não o são. Inimigas que o deixam de ser.

Como podem ler, estes livros estão cheios de elementos já nossos conhecidos, mas que tudo bem reunido e baralhado nos dá uma combinação impressionante que me encantou.

Não existe continuidade entre os dois livros, não fazendo parte de uma série ou continuação, mas em Blackmoore há referência a uma das famílias que encontrámos em Edenbrooke.

Adorei as duas histórias, porque, de facto, Julianne Donaldson consegue-nos manter de uma ponta à outra do livro o coração sempre apertado, conseguindo ser romântica sem ser melosa ou exagerada ou até exaustiva. Aqui encontrei imensas emoções e sentimentos que apesar de terem sido em enorme quantidade nunca me fartei e ainda hoje estou desconsolada. Preciso de mais!

Apaixonei-me por todos os protagonistas, querendo rever-me nas femininas e casar-me com os masculinos.
"Ela não podia saber que "em breve" envelhecera havia anos, que "depois de muito tempo" era doente e frágil e que "finalmente" era um suspiro moribundo."
Gostei também dos pequenos pormenores eruditos, tais como a constante presença de livros, poemas, escritores e músicos de renome da época, tal como excertos destes.

Há também uma fixação por pássaros, sendo descritos mais do que o normal, mas tendo sido um pormenor mais excêntrico e não propriamente estranho ou até desagradável, até porque o meu único animal de estimação é um pássaro.

Em Edenbrooke são bastante óbvias as influências de Jane Austen, o que me alegrou imenso. O que mais notei! A falta de relações sexuais ou momentos mais atrevidos, onde no máximo a autora só nos dá um beijo, no máximo dois. O que eu adoro, é que sendo eu amante de livros eróticos ou romances históricos mais sensuais, aqui fiquei com sede de mais momentos opostos a estes - e é por isto que sou fã de Jane Austen, porque mesmo sem esses ingredientes, mesmo com a sua escrita própria da época consegue-me encantar igual ou mais a um romance erótico ou uma comédia romântica dos dias de hoje. Julianne Donaldson fez o mesmo e não há elogio maior que lhe possa dar.

Tenho pena de não poder ler mais tão cedo, mas espero encontrar mais do género.
Sugestões?

Marianne Daventry seria capaz de tudo para escapar ao tédio de viver em Bath e às investidas amorosas de um pretendente indesejado. Por isso, quando a sua irmã gémea, Cecily, a convida para passar o verão com ela em Edenbrooke, a maravilhosa propriedade rural de uns amigos da família, ela nem hesita em aceitar.
Parte assim para a casa de campo, pensando que poderá finalmente relaxar enquanto a irmã tenta conquistar Philip, o encantador herdeiro da propriedade. Mas rapidamente descobre que até os melhores planos podem correr mal.
Desde ser vítima de um assalto terrível até ter de ignorar sentimentos indesejados que começa a sentir pelo anfitrião da casa, Marianne vê-se enredada numa grande aventura, repleta de romance e intriga, que a deixará completamente desorientada.
Conseguirá Marianne conter o seu coração, ou irá um estranho arrebatá-lo irremediavelmente?

Na Inglaterra do início do século XIX, espera-se que a principal ambição de uma mulher seja casar. Mas Kate Worthington conhece bem o seu coração e sabe que o casamento não está nos seus planos. O seu sonho é viajar até à Índia para encontrar paz para o seu espírito inquieto e se poder afastar da nefasta influência da sua família. Só que a mãe de Kate tem outros planos e propõe-lhe um acordo: Kate pode ir para a Índia, mas apenas se conseguir — e rejeitar — três propostas de casamento.
Kate viaja então até Blackmoore, uma imponente propriedade rural numa charneca junto ao mar, e pede ajuda ao seu querido amigo de infância, Henry Delafield, para alcançar os seus objetivos. Porém, quando se trata de assuntos de amor, os acordos significam pouco e os planos podem mudar. Ali, nas terras selvagens e misteriosas de Blackmoore, Kate terá de enfrentar a dolorosa verdade que há anos mantém o seu coração cativo. Será ela capaz de rejeitar uma proposta que poderá revelar-se a única forma de libertar o seu coração?

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