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Opinião Contemporânea/Histórica: ''Como parar o Tempo'' de Matt Haig

outubro 30, 2017 Mafi 0 Comments


Depois de ter livro e ouvido maravilhas deste autor devido ao seu livro ''Razões para viver'' que é um livro de não-ficção, fiquei entusiasmada com este lançamento da Topseller que também é o mais recente livro do autor, lançado lá fora este ano.

De realçar que o autor tem ainda editado ouro livro cá em Portugal: ''A Família Radley'' da autora Contraponto e que saiu na altura da febre dos vampiros.

Bem, logo à partida já tinha percebido que o autor tem vários géneros, desde o sobrenatural até à auto-ajuda. Gosto dos autores serem versáteis e de não se dedicarem a um só registo. Mas também se não forem bons a escrever sobre vários assuntos mais vale dedicarem-se a um só género. Ora, com este é o meu primeiro contacto com o autor, não posso dizer que o autor seja mau mas a Ne já tinha lido ''A Família Radley'' e não tinha gostado e eu também não fiquei para lá de impressionada com este livro, portanto em dois géneros distintos, Matt Haig não passou com mérito aqui no blog.

Tal como escrevi no Goodreads mal acabei a leitura, o livro não é mau mas fez-me lembrar tanto outros enredos que sinceramente fiquei dividia sobre se realmente gostei do livro ou não. 

Vou começar pela base deste livro: temos aqui um sujeito - Tom - que tem perto de 500 anos, Claro que a sociedade não sabe disso, apenas uma organização secreta que o protege. ou pelo menos tenta passar essa ideia. Ele não é o único com esta condição e ao longo dos seus quase 5 séculos ao cimo da terra, vai encontrando outros com esta 'patologia' e que também têm dificuldades em esconder a sua verdadeira identidade. Esta parte do enredo fez-me lembrar imenso uma série de televisão chamada 'Forever' que eu via e que tem uma premissa muito semelhante só que com uma diferença: na série a personagem era imortal, sempre que morria, voltava à vida, com a mesma aparência anterior. De resto achei o enredo do livro muito semelhante à série (que aliás é de 2014). 

Claro que há imensos livros com enredos semelhantes e hoje em dia é difícil inovar mas como vi a série há pouco tempo, por estar tão fresca na minha memória, não consegui a achar pelo menos a premissa do livro original. 

O desenvolvimento já é um pouco diferente, porque Tom que teve no passado um grande amor, procura a sua filha Marion que suspeita ter a mesma condição dele. Com isso, o livro alterna entre o passado e o presente deste Londres até Paris, mostrando as convivências de Tom com personagens desde Shakespeare a Scott Fitzgerald. Já no presente, ele é um professor de História (nada melhor do que leccionar e falar sobre acontecimentos onde ele próprio esteve presente) e tenta viver segundo a sua única regra: não se apaixonar. 


Tirando a parte da premissa do livro parecida com a premissa da série referida acima, eu gostei do livro. O autor consegue intercalar o presente e o passado de uma forma tocante. O livro acaba por abordar imensas questões, tal como as nossas lembranças afectam a nossa maneira de viver. Por muito bom que seja viver eternamente, não é bom psicologicamente guardar tantos acontecimentos e tantas recordações. Especialmente num mundo em mudança, não é saudável e o passado condiciona o presente. Esta abordagem do livro foi o que mais gostei sem dúvida. 

A situação da Marion e também a organização secreta foi muito previsível. Percebi tudo, páginas antes de finalmente acontecer.

Não é de todo um livro mau, acho que se não fosse a questão das premissas semelhantes, tinha gostado mais do livro mas lá está, a associação do livro à série influenciou a minha leitura e portanto não consigo dar mais do que 3 estrelas a este autor.

«Tal como basta apenas um instante para se morrer, também basta apenas um instante para se viver. Fecha-se simplesmente os olhos e deixa-se que todos os receios fúteis se esvaiam.»
O meu nome é Tom Hazard. Pareço ter 40 anos, mas não se deixe iludir? sou muito mais velho do que isso. Séculos mais velho. E este é o meu perigoso segredo. Fui contemporâneo de Shakespeare, vivi em Paris nos loucos anos 20, cruzei os mares de uma ponta a outra. Eternamente a fugir do meu passado e à procura daquilo que me foi roubado. Mas sem identidade ou raízes, a vida eterna pode tornar-se um vazio.
Numa tentativa de voltar à normalidade, arranjei trabalho como professor de História. (Quem melhor para relatar o passado do que alguém que o viveu realmente?) Talvez desta forma consiga perder o medo de viver. A única regra para pessoas como eu é nunca se apaixonarem.
Infelizmente, descobri isto tarde demais.
Escrito com alma e coração, Como Parar o Tempo celebra aquilo que nos torna humanos e ensina-nos uma verdade universal: a vida deve ser vivida sem medos.

 

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