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Compilações: Trilogia das "Estrelas de Mithra" de Nora Roberts

fevereiro 16, 2014 Inês Santos 0 Comments


Antes de falar sobre o interior quero deixar aqui um apontamento sobre o exterior: mesmo com a re-edição das capas da Harlequin, não acham que as capas que apresento com as sinopses não são muitos mais giras e representativas destas três histórias? Eu acho que sim.
N'Uma Luz Furtiva encontrei um inicio adorável e ao mesmo tempo cheio de mistério. O facto de Bailey não ter memória acaba por fazer com que nós, juntamente com ela, vamos conhecendo-a aos poucos e não somente a partir das descriçoes que Cade nos vai dando, mas também com as descobertas que ela vai fazendo de si própria.
De forma igual a minha confiança em Cade, apesar de sabermos que obviamente eles vão acabar juntos, foi-se construindo. Isto porque, Cade até podia ser daquelas personagens que de maus passam a bons. Felizmente ou infelizmente isso não aconteceu, e este personagem masculino, tão bem caracterizado, tem um coração de ouro e vai ajudar em muito a nossa amnésica.
Nora Roberts apresenta-nos também uma relação mais intima que na minha opinião começou rapidamente demais. Não digo que não havia química, porque havia e o livro transmite-a muito bem, mas numa relação em que eles são desconhecidos e ela desconhecida dela mesma, fica tudo a soar um pouco a aproveitamente do lado masculino.
A preocupação de Bailey e as suas memórias que vão surgindo a cerca das suas duas amigas acabam por ajudar, e muito bem, a construir a história, a completar o puzzle. O facto delas só aparecerem no final é que foi talvez mais negativo, porque o livro acabou por ter escassez de personagens activos, digamos assim, o que já não acontece nos outros dois. Pelo menos não tanto.
A história base das Estrelas de Mithra é-nos apresentada e introduzida neste volume. A autora faz as típicas associações, neste caso entre jóias e amigas, e, como não podia faltar, deu algum poder às pedras para aumentar o fantástico da história. Pessoalmente, este ultimo aspecto era escusado. Digo isto porque parece que a autora está a forçar um pouco a coisa, quando a história está tão bem construída de maneira a interligar as três amigas, tanto a nível emocional como a nível de destino. 
Esta mesma história vai ser repetida tanto n'A Estrela Cativa como n'Esplendor Secreto.
No meu caso, que li os três seguidos e pela ordem correcta, não precisava desse lembrete, que acabou por se tornar algo negativo, visto detestar repetições, principalmente tão grandes em tamanho.
Falando do segundo volume, Estrela Cativa, finalmente começamos a conhecer as tão faladas e relembradas amigas de Bailey. Neste caso calha a sorte a M.J. Gostei dela, porque enquanto Bailey me pareceu um pouco flor-de-estufa, M.J., nome que só no final vemos revelado, é uma personagem feminina cheia de garra e independência. Li algures que alguém a achou meia mulher-homem, mas felizmente isso não me aconteceu, porque apesar de ser toda despachada e da autora a descrever talvez um bocadinho alta demais e constituição mais forte, acabei por imaginá-la meio-amazona e não mulher das cavernas.
Jack Dakota e a sua atração por ela também vai aumentar e contribuir para o lado mais feminino de M.J., tornando-a tão atraente como aos seus olhos. Mais uma vez Nora Roberts prima pelas suas descrições cheias de pormenores significativos que tornam as personagens tão reais e imagináveis.
Outro ponto que se foi revelando e que agora que escrevo estas opiniões me vem à memória é a relação entre os homens. A autora conseguiu criar uma ligação entre eles muito subtil. Um por ser policia, o outro por ser detective e o outro por ser caçador de recompensas, não por esta ordem, tem um elo em comum: crimes ou fugitivos. Acaba por ser algo engraçado, porque assim não são só as mulheres que se conhecem, mas também os homens.
Dos três, este segundo foi o meu preferido, principalmente pelo facto deles andarem algemados o que acaba por ter um lado mais humoristico e uma quantidade maior de faíscas, visto eles não se poderem afastar muito. A forma como ele a prende e tenta mantê-la dessa maneira, ou os desafios que ela lhe lança ou até a forma como ela o seduz e persuade torna tudo muito engraçado e não tão sério como acontece no primeiro.
Se tivesse que escolher uma palavra para cada livro seria: inocência, fogo e beleza. Não são palavras do mesmo grupo, se o posso dizer assim, mas cada uma representa da melhor forma e na minha opinião cada mulher e cada história.
A palavra beleza acaba por transmitir um pouco futilidade e não nego que a história de Seth e Grace começa assim, porque ele é atraído por ele apenas pela beleza dela, tal como muitos outros homens, mas é aqui que Nora Roberts vai pegar e construir ou terminar de construir a restante história. A partir desta atracção natural pela beleza, a autora vai encontrar um propósito paralelo ao roubo das jóias - provar que Grace não é só pernas, corpo e caras bonitas.
Aqui também acho que a autora abusou um pouco, porque para transformar Grace numa mulher supostamente rica e mimada e bonita, meteu-a em multiplos projectos de beneficiência. Não são muito mas... percebeu-se a ideia logo no inicio.
Em contrapartida, gostei muito de Seth e pareceu-me o mais atraente de todos... deve ter sido da farda!
Gostei de Grace ter que lutar um pouco por Seth que se manteve frio e impassivel a maior parte da história e do romance, tornando tudo menos fácil de conseguir.
Mais uma vez o elemento da amizade está muito presente e o facto das três histórias se passarem mais ao menos no mesmo período de tempo espacial, tornou esta trilogia um pouco diferente das outras, que normalmente têm uma sequência temporal - quando acaba uma começa outra, às vezes até anos depois. Aqui a autora volta atrás e começa tudo de novo, mas como novos protagonistas e novas histórias para nos adoçar a boca e o coração.
Não foi a minha trilogia preferida, mas à semelhança da Trilogia das Chaves ou das Flores, escorrega muito bem e lê-se ainda melhor.

Como ia desenredar aquele mistério se a cada passo que dava tropeçava com o seu próprio coração? Bailey James não se recordava de nada, nem sequer sabia quem era. Mas saltava à vista que estava metida numa confusão. Numa enorme confusão! E necessitava desesperadamente da ajuda de Cade Parris para sair dela com vida e descobrir como é que se envolvera naquela trapalhada. Desde que pusera os seus olhos na frágil beleza de Bailey, o impassível detetive privado Cade Parris tinha a sensação de que era ele que estava prestes a esquecer-se de quem era. Apostaria qualquer coisa em como Bailey não tinha cometido nenhum delito. Mas o que fazia ela com tanto dinheiro e um diamante do tamanho de um punho?

Tudo indicava que aquela sedutora e ardilosa mulher não era assim tão inocente… tudo exceto o seu coração cativo. Deveria ser uma tarefa fácil… A única coisa que tinha de fazer era apanhar uma mulher bonita que violara a liberdade condicional e que nem sequer se incomodava em esconder-se. Mas o cínico caça-recompensas Jack Dakota descobriria muito em breve que com M.J. O’Leary nada seria fácil... e este caso também não. Alguém lhes prepara uma armadilha. De repente, encontravam-se algemados um ao outro e tinham dois assassinos a soldo no seu encalce. Como se isso não bastasse, M.J. recusava-se a falar, inclusive depois de Jack encontrar um gigantesco diamante azul na sua mala.

Nada podia interferir com o seu trabalho de polícia, mas a chegada de uma mulher misteriosa perturbou o seu mundo. O tenente Seth Buchanan estava frente a frente com uma mulher morta e… que empunhava uma arma. A investigação relativa ao homicídio e o seu coração ficaram completamente descontrolados quando descobriu que Grace Fontaine estava viva… e na posse de um dos enormes diamantes azuis, conhecidos como as «Estrelas de Mitra». Aquele polícia frio e circunspecto não permitia que os sentimentos se intrometessem no seu trabalho e tudo o que sabia sobre a famosa herdeira levava-o a pensar que era uma mulher terrível. Porém, na sua presença, tinha dificuldade em lembrar-se de que tinha outros mistérios mais importantes para resolver para além da personalidade de Grace.

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