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Opinião Contemporânea: "Quase Adulta" de Jami Attenberg

março 18, 2018 Inês Santos 0 Comments


SER SOLTEIRO ESTÁ NA MODA?

Na quarta leitura do mês de Março está um dos livros de Jami Attenberg, curiosamente o pior cotado no Goodreads. Esta autora, agora residente em Chicago, apresenta-nos uma obra muito leve, com uma capa que me cativou imenso. Mas apesar do que diz a sinopse, Andrea nunca amadurece nem se torna adulta, o que achei algo incrível (isto escrito com muita ironia) face às adversidades da sua vida que são... nenhumas!

Não percebi muito bem o que a autora quis mostrar com este livro e com esta personagem. Para mim foi tudo uma grande dose de "o que não ser", "o que não fazer". Andrea é uma das personagens mais ocas a nível intelectual e não só, que só pensa no seu próprio umbigo e que acha que os seus pequenos problemas, que nem o são a meu ver, são muito piores do que por exemplo o que o irmão e a cunhada estão a passar.

Quase Adulta está cheio de personagens fúteis, de QI baixo - o que só mostra o que está nestas páginas. A leitura é bastante fácil e talvez seja por isso que li até ao fim. Também porque estava à espera de uma transformação positiva da protagonista, mas toda a minha espera foi inglória.

Sinceramente dei duas estrelas pela escrita apenas, porque em termos de conteúdo este romance nem para livro de bolso serve. Não há romance, não há amizade, não há nada de construtivo. Só drama e uma descrição exaustiva do dia a dia desta personagem.

Infelizmente estava cheia de expectativas, há espera de uma obra moderna, actual, engraçada, que ao menos pontuasse pela comédia ou romance tipo "sexo e a cidade", mas aqui não encontrei nada de sofisticado nem moderno, já que a história nem se passa na actualidade.

Penso que as partes que mais gostei foi as da família do irmão. Esta história apesar de não ser muito original, poderia ter sido desenvolvida, principalmente por contar o lado de uma tia e não de um pai ou mãe. Assim contou o lado da tia, mas apenas a parte que não interessava - resumindo o dia-a-dia de uma solteira que não está contente com nada da sua vida.

A perfeição é entediante; o interessante é o caminho até lá se chegar. Quando lhe perguntam quem é, Andrea Bern tem a resposta na ponta da língua: ela é designer, nova-iorquina, amiga, filha e irmã. Mas, nas entrelinhas, percebe-se a sua verdadeira natureza: ela é quase quarentona, quase artista, quase à deriva, quase adulta. À sua volta, as pessoas arquitetam a vida tal qual os padrões que as revistas e as séries de TV populares comandam. Mas há muito que Andrea deixou de perseguir esse sonho e de ter expetativas irreais sobre a sua vida.
Contudo, quando a sua sobrinha nasce com uma doença incurável, Andrea e a família têm que rever prioridades. Pela primeira vez, ela é forçada a fazer algo impensável: a preocupar-se com os outros.

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